Centenário de Nascimento do Dr. Ivon Costa
A 15 de julho deste ano comemorou-se o centenário de nascimento(1898-1998) do Dr. Ivon Costa, mineiro de Eugenópolis, que se dedicou à difusão da Doutrina Espírita em terras brasileiras e na Europa, onde residiu por 5 anos.Poliglota, falava fluentemente o inglês, o francês, o espanhol e o alemão, e dono de sólida cultura, pregava de modo a empolgar grandes auditórios, sempre abrindo debates após as palestras, para maiores esclarecimentos de pontos que se mostrassem obscuros aos ouvintes.
Imaginar o trabalho do Dr. Ivon Costa numa época de grandes perseguições e preconceitos religiosos, além das dificuldades de transporte no País, faz-nos admirar mais ainda a sua perseverança na missão de pregar nossa amada Doutrina.
Médico, formado pela Escola Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, tornou-se espírita após a desencarnação do pai, ao ouvir uma palestra num Centro Espírita do Rio de Janeiro. Foi como que uma recordação de leituras feitas sorrateiramente, quando jovem, das obras de Allan Kardec, que seu pai trazia escondidas, devido à perseguição religiosa. Vê-se a importância de uma reunião bem dirigida e que verse realmente sobre assuntos doutrinários, pois, ao sair dali encontrara enfim as repostas procuradas às questões que o incomodavam. Conclui então: “Esta será a minha Doutrina, a qual divulgarei por toda parte”.
Tempos depois, já se encontrava pregando nas cidades do interior e nas principais capitais do Brasil e diversos países da Europa, conforme comprovam documentos da época, e sempre com o mesmo afã e alegria cristãs, na difusão da verdade.Fatos marcantes não faltaram à sua vida de pregador.
Certa vez, em Maceió, alugara um cinema para proferir a palestra. Qual não foi a sua surpresa quando, ao chegar, encontrou o cinema fechado e o proprietário aflito a lhe devolver a importância paga, já que, por ordem do bispo, não poderia realizar a transação. O público presente levou-o então para a praça principal, onde havia uma igreja com escadaria, e lá, realizou a palestra sob pedradas e com os sinos tocando, a mando do infeliz bispo. Sua voz porém era portentosa (os portugueses chamavam-no de “o trovão brasileiro”) e mesmo em condições tão adversas pregou até o fim. Anos depois, em uma reunião mediúnica, da qual participava Conrado Ferrari, um dos idealizadores do hospital Espírita de Porto Alegre, ao esclarecer os irmãos comunicantes, uma das entidades se dirige ao Ivon Costa dizendo que parecia mentira que estava sendo atendido por quem mandara apedrejar em vida: era o bispo de Alagoas.
Ivon Costa falava muitas vezes mediunizado, recebendo assistência de seu guia espiritual Leão Tolstoi. Conta-nos sua esposa, Honorina Kauer Costa, residente em Porto Alegre, que algumas palestras eram mais brilhantes que outras e as pessoas o aplaudiam incessantemente. Certa vez, após proferir uma belíssima palestra, onde fora muito cumprimentado, ela abraçou-o felicitando-o e ele lhe disse:”Nunca te envaideças, quando falo normalmente, sou eu, quando falo bem, são eles”. Isto demonstra o quanto ele tinha consciência de sua mediunidade e da humildade que deve acompanhar todo aquele que realmente deseja servir a Jesus. Em Portugal, onde residiu por dois anos, recebia a assistência direta do Espírito João de Deus, que o orientava psicograficamente em versos ou prosa quanto à tarefa a realizar. Relata-nos ainda D. Honorina que o empenho em cumprir seus compromissos era tal, que mesmo no dia do casamento, realizado somente no civil, após o mesmo, ele se dirigiu à cadeia pública de Porto Alegre, onde costumava pregar para os presos. Até na sua desencarnação ocorreu um fato interessante. Tendo sofrido um acidente vascular-cerebral, estando em coma, eis que chega à sua casa um padre para dar-lhe a extrema-unção. Percebendo-o a esposa pede-lhe que se retire, uma vez que sendo Ivon Costa espírita, dispensava os sacramentos in extremis. Se esta atitude não tivesse sido tomada, poderia passar à comunidade que no momento final o Dr. Ivon Costa havia se convertido ao catolicismo, religião que professara na juventude, chegando mesmo a ser seminarista. Residindo na Europa, proferiu conferências em Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, e em França, onde falou na Sociedade Espírita de Paris. Participou do Congresso Internacional de Espiritismo em Haia, na Holanda, em 1931.
Retornando ao Brasil em 1932, fixou residência em Porto Alegre, onde até hoje residem sua esposa e sua filha, a magistrada aposentada, Dra. Céo Kauer Costa.Médico, clinicava gratuitamente, e ainda providenciava dinheiro para a clientela adquirir os medicamentos. Fundou em Porto Alegre a Sociedade Espírita “Caminheiros do Bem”, na Rua D. Tereza, 125, onde pregava e mantinha intenso trabalho assistencial. Publicou o livro “O Novo Clero”, onde analisava criticamente o Catolicismo.
Desencarnou no dia 9 de janeiro de 1934 em Porto Alegre, aos 35 anos de idade, este verdadeiro desbravador que sem temor abriu caminhos à divulgação da Doutrina Espírita, dedicando sua breve vida terrena ao bom combate, vencendo preconceitos e perseguições, levantando bem alto a bandeira do Espiritismo, a Doutrina libertadora de nossas consciências. Em sua homenagem devido à sua atuação no campo doutrinário, existem em nosso país Casas Espíritas que levam o seu nome. Podemos citar as cidades de Belém (PA), Juiz de Fora (MG), Santa Maria, São Leopoldo e Esteio, no Rio Grande do Sul.Nosso querido médium Divaldo Pereira Franco tem recebido mensagens do Espírito Ivon Costa, transcritas em diversos livros, e confidenciou-nos, certa vez, que, em suas palestras, costuma receber a assistência deste valoroso Espírito. A ele e a todos os outros desbravadores que porfiaram antes de nós,deixando-nos um legado de lutas e determinação na difusão doutrinária, sementeira de luz, o nosso preito de eterna gratidão. .
Imaginar o trabalho do Dr. Ivon Costa numa época de grandes perseguições e preconceitos religiosos, além das dificuldades de transporte no País, faz-nos admirar mais ainda a sua perseverança na missão de pregar nossa amada Doutrina.
Médico, formado pela Escola Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, tornou-se espírita após a desencarnação do pai, ao ouvir uma palestra num Centro Espírita do Rio de Janeiro. Foi como que uma recordação de leituras feitas sorrateiramente, quando jovem, das obras de Allan Kardec, que seu pai trazia escondidas, devido à perseguição religiosa. Vê-se a importância de uma reunião bem dirigida e que verse realmente sobre assuntos doutrinários, pois, ao sair dali encontrara enfim as repostas procuradas às questões que o incomodavam. Conclui então: “Esta será a minha Doutrina, a qual divulgarei por toda parte”.
Tempos depois, já se encontrava pregando nas cidades do interior e nas principais capitais do Brasil e diversos países da Europa, conforme comprovam documentos da época, e sempre com o mesmo afã e alegria cristãs, na difusão da verdade.Fatos marcantes não faltaram à sua vida de pregador.
Certa vez, em Maceió, alugara um cinema para proferir a palestra. Qual não foi a sua surpresa quando, ao chegar, encontrou o cinema fechado e o proprietário aflito a lhe devolver a importância paga, já que, por ordem do bispo, não poderia realizar a transação. O público presente levou-o então para a praça principal, onde havia uma igreja com escadaria, e lá, realizou a palestra sob pedradas e com os sinos tocando, a mando do infeliz bispo. Sua voz porém era portentosa (os portugueses chamavam-no de “o trovão brasileiro”) e mesmo em condições tão adversas pregou até o fim. Anos depois, em uma reunião mediúnica, da qual participava Conrado Ferrari, um dos idealizadores do hospital Espírita de Porto Alegre, ao esclarecer os irmãos comunicantes, uma das entidades se dirige ao Ivon Costa dizendo que parecia mentira que estava sendo atendido por quem mandara apedrejar em vida: era o bispo de Alagoas.
Ivon Costa falava muitas vezes mediunizado, recebendo assistência de seu guia espiritual Leão Tolstoi. Conta-nos sua esposa, Honorina Kauer Costa, residente em Porto Alegre, que algumas palestras eram mais brilhantes que outras e as pessoas o aplaudiam incessantemente. Certa vez, após proferir uma belíssima palestra, onde fora muito cumprimentado, ela abraçou-o felicitando-o e ele lhe disse:”Nunca te envaideças, quando falo normalmente, sou eu, quando falo bem, são eles”. Isto demonstra o quanto ele tinha consciência de sua mediunidade e da humildade que deve acompanhar todo aquele que realmente deseja servir a Jesus. Em Portugal, onde residiu por dois anos, recebia a assistência direta do Espírito João de Deus, que o orientava psicograficamente em versos ou prosa quanto à tarefa a realizar. Relata-nos ainda D. Honorina que o empenho em cumprir seus compromissos era tal, que mesmo no dia do casamento, realizado somente no civil, após o mesmo, ele se dirigiu à cadeia pública de Porto Alegre, onde costumava pregar para os presos. Até na sua desencarnação ocorreu um fato interessante. Tendo sofrido um acidente vascular-cerebral, estando em coma, eis que chega à sua casa um padre para dar-lhe a extrema-unção. Percebendo-o a esposa pede-lhe que se retire, uma vez que sendo Ivon Costa espírita, dispensava os sacramentos in extremis. Se esta atitude não tivesse sido tomada, poderia passar à comunidade que no momento final o Dr. Ivon Costa havia se convertido ao catolicismo, religião que professara na juventude, chegando mesmo a ser seminarista. Residindo na Europa, proferiu conferências em Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, e em França, onde falou na Sociedade Espírita de Paris. Participou do Congresso Internacional de Espiritismo em Haia, na Holanda, em 1931.
Retornando ao Brasil em 1932, fixou residência em Porto Alegre, onde até hoje residem sua esposa e sua filha, a magistrada aposentada, Dra. Céo Kauer Costa.Médico, clinicava gratuitamente, e ainda providenciava dinheiro para a clientela adquirir os medicamentos. Fundou em Porto Alegre a Sociedade Espírita “Caminheiros do Bem”, na Rua D. Tereza, 125, onde pregava e mantinha intenso trabalho assistencial. Publicou o livro “O Novo Clero”, onde analisava criticamente o Catolicismo.
Desencarnou no dia 9 de janeiro de 1934 em Porto Alegre, aos 35 anos de idade, este verdadeiro desbravador que sem temor abriu caminhos à divulgação da Doutrina Espírita, dedicando sua breve vida terrena ao bom combate, vencendo preconceitos e perseguições, levantando bem alto a bandeira do Espiritismo, a Doutrina libertadora de nossas consciências. Em sua homenagem devido à sua atuação no campo doutrinário, existem em nosso país Casas Espíritas que levam o seu nome. Podemos citar as cidades de Belém (PA), Juiz de Fora (MG), Santa Maria, São Leopoldo e Esteio, no Rio Grande do Sul.Nosso querido médium Divaldo Pereira Franco tem recebido mensagens do Espírito Ivon Costa, transcritas em diversos livros, e confidenciou-nos, certa vez, que, em suas palestras, costuma receber a assistência deste valoroso Espírito. A ele e a todos os outros desbravadores que porfiaram antes de nós,deixando-nos um legado de lutas e determinação na difusão doutrinária, sementeira de luz, o nosso preito de eterna gratidão. .
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*Esta biografia do Dr. Ivon Costa foi encaminhada pelo Centro Espírita Ivon Costa,
de Juiz de Fora, Minas Gerais (N.R.)
EXTRAÍDO DE O REFORMADOR Dezembro de 1998.
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